sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Para pensar!

Eu, uma Brasileira morando nos Estados Unidos da América, para ajudar no orçamento, estou fazendo "bico" de babá.

Ao cuidar de uma das crianças de quem eu tomo conta, uma vez cantei :

"Boi da cara preta" para ela, antes dela dormir.

Ela adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pede para eu cantar ao colocá-la para dormir.





Antes de adotarmos o "boi, boi, boi" como canção de ninar, a canção que cantávamos (em Inglês) dizia algo como:



Boa noite, linda menina, durma bem.



Sonhos doces venham para você,



Sonhos doces por toda noite"... (Que lindo, né mesmo!?)



Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras em português da música "Boi da cara preta" queriam dizer em Inglês:



"Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de

careta..." (???)



Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música "boi da cara preta" era uma ameaça, era algo como "dorme logo, senão o boi vem te comer"?

Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música que incita um bovino de cor negra a pegar uma doce menina?

Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções infantis, pois não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um temível boi toda

noite...

Que tal! "nana neném que a cuca vai pegar..."?

Caramba... outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!

Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro que fosse positiva e de uma longa reflexão, eu descobri toda a origem dos problemas do Brasil.

O problema do Brasil é que a sua população em geral tem uma auto-estima muito baixa.

Isso faz com que os brasileiros se sintam sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo de extorsão e exploração, seja interna ou externa.

Por que isso acontece?

Trauma de infância!

Trauma causado pelas canções da infância.

Vou explicar:

Nós somos ameaçados, amedrontados e encaramos tragédias desde o berço!

Por isso levamos tanta porrada da vida e ficamos quietos.

Exemplificarei minha tese:

Atirei o pau no gato-to-to

Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu

Dona Chica-ca-ca admirou-se-se

Do berrô, do berrô que o gato deu

Miaaau!

Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito aos animais (pobre gato) e crueldade.

Por que atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa?

E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo dessa mulher sob a alcunha de "D. Chica".

Uma vergonha!



Eu sou pobre, pobre, pobre,

De marré, marré, marré.

Eu sou pobre, pobre, pobre,

De marré de si.

Eu sou rica, rica, rica,

De marré, marré, marré.

Eu sou rica, rica, rica,

De marré de si.

Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces!

É impossível não lembrar do seu amiguinho rico da infância com um carrinho fabuloso, de controle remoto, e você brincando com seu carrinho de plástico... Fala sério!



Vem cá, Bitu! vem cá, Bitu!

Vem cá, meu bem, vem cá!

Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!

Tenho medo de apanhar.

Quem é o adulto sádico que criou essa rima?

No mínimo ele espancava o pobre Bitú...



Marcha soldado, cabeça de papel!

Quem não marchar direito,

Vai preso pro quartel.

De novo: ameaça. Ou obedece ou você vai se ferrar... não é à toa que brasileiro admite tudo de cabeça baixa...



A canoa virou,

Por deixar ela virar,

Foi por causa da fulana (nome de pessoa)

Que não soube remar.



Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são ensinadas a dedurar e condenar um semelhante.







Samba-lelê tá doente,

Tá com a cabeça quebrada.

Samba-lelê precisava

É de umas boas palmadas.



A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde debilitada, necessita de cuidados médicos mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz que ela precisa de palmadas!



Acho que o Samba-lelê deve ser irmão do Bitú...



O anel que tu me deste

Era vidro e se quebrou.

O amor que tu me tinhas

Era pouco e se acabou...



Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio?



O cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada;

O cravo saiu ferido

E a rosa despedaçada.

O cravo ficou doente,

A rosa foi visitar;

O cravo teve um desmaio,

A rosa pôs-se a chorar.



Desgraça, desgraça, desgraça!!! E ainda incita a violência conjugal ...





Que coisa, não?


Meire Michelin

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Independência do Brasil

Introdução

A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.

Dia do Fico

Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

O processo de independência

Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembléia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.

O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole..

Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

Pós Independência

Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.

Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

http://www.suapesquisa.com/independencia/

Quando o Foguete do Ponto de Exclamação Encontra o Cavalo

Marinho do Ponto de Interrogação

O ponto de exclamação é especial ...
Pois , ele é um foguete sensacional ,
Que voa pelo espaço sideral ...

Da misteriosa surpresa ...
Com toda a certeza !
Já , o ponto de interrogação ...
É uma maldita perdição ...

Ele é um cavalo – marinho ,
Que não nada sozinho !
Ele é um cavalo – marinho brilhante e radiante ,
Muito amigo da estrela – do – mar cintilante !

Ele carrega as dúvidas de mar em mar ...
Sem cessar e sem se cansar !

Quando o ponto de exclamação ...
Encontra-se com o ponto de interrogação ...
É sinal da mais pura confusão !

É sinal que depois de uma dúvida confusa ,
Embaralhada e obtusa ,
Vem uma surpresa ...
Cheia de incerteza .

Luciana do Rocio Mallon .

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Inclusão

Nunca lá chegarei, professor.
- Nunca lá chegarei, professor.
- Que dizes?
- Nunca lá chegarei!
- Aonde queres ir?
- A lado nenhum! Não quero ir a lado nenhum!
- Então porque é que tens medo de lá não chegar?
- Não é o que eu quero dizer!
- Que queres dizer?
- Que nunca lá chegarei, é tudo!
- Escreve no quadro: nunca lá chegarei.
Nunca laxegarei.
- Enganaste-te. Esqueceste-te no advérbio de lugar "lá". Explicar-te-ei mais tarde os advérbios. E o verbo é o verbo chegar, com ch. Corrige.
- Está bem. Que indica esse "lá", na tua opinião?
-Não sei.
- Que significa?
- Não sei.
- Pois bem, temos mesmo de descobrir o que significa, porque é dele que tens medo, desse "lá".
- Não tenho medo.
- Não tens medo?
- Não.
- Não tens medo de não chegar lá?
- Não, estou-me nas tintas.
- Como?
- Não me interessa, não me importo!
- Não te importas de não chegar lá?
- Não me importo com isso, é tudo.
- E és capaz de escrever no quadro?
- O quê, que não me importo com isso?
- Sim.
Não me impor tucom isso.
- O que escreveste foi o verbo impor no infinitivo e não importar no presente.
Não me importo com isso.
- Bem, e esse "com isso", o que é precisamente esse "isso"?
- ...
- Esse "isso", o que é?
- Não sei... é tudo isso!
- Tudo isso o quê?
- Tudo o que me aborrece.

Passagem do livro "Mágoas da escola", de Daniel Pennac.

Desfile Cívico 03-09-2009